sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Campina Grande e João Pessoa serão palco do ‘Paraíba Fora do Eixo’ neste fim de semana

Hoje e amanhã as bandas Sex on the Beach, de Campina Grande, e Os Reis da Cocada Preta, de João Pessoa, se apresentarão nas duas cidades, fazendo parte do evento Paraíba Fora do Eixo, que acontecerá hoje, 17, na Capital às 21h na Praça Antenor Navarro, e amanhã, 18, em Campina Grande no Bronx Bar, a partir das 23h. Em João Pessoa, o evento é parceria do Circuito Fora do Eixo com o Circuito das Praças da Funjope. No Bronx Bar, onde o show fará parte também do Natal da Sex, os ingressos custarão R$ 5.

Os Reis da Cocada Preta estão na estrada desde 2006, e agora se encontram em fase de finalização do terceiro trabalho, que assim como o primeiro leva apenas o nome do grupo, mas demonstra uma nova fase, que não foge do rock e chega para o público com um estilo mais definido. Com Janz no vocal e guitarra, Felipe ‘Ceará’ no baixo, Diego Miranda na bateria e Valter Pedrosa na guitarra, Os Reis vinham fazendo indie-rock com inspiração no som americanizado para se encontrar agora numa essência mais alternativa que explora a musicalidade brasileira.

Já a Sex on the Beach, que faz Surf Music na Serra da Borborema desde o final de 2008 com um som puramente instrumental. Rodando vários festivais Brasil afora, o grupo, que tem um EP lançado, intitulado Wanna Some Sex On The Beach, vem espalhando os ingredientes para se fazer um bom Rock ‘n’ Roll. Influenciados por Jazz, Blues, Dick Dale, The Ventures, e outros nomes mais recentes, Diogo Pafa na guitarra, Tonny Lira na bateria e Marlo Simaskowsky no baixo, mostram que é possível sim fazer Surf Music de açude!

Maiores informações sobre os eventos, sobre as bandas e sobre a cultura independente na Paraíba podem ser obtidas no site do Natora Coletivo, que busca incentivar e desenvolver a cultura em Campina Grande e região em parceria com o Fora do Eixo. Acesse www.natoracoletivo.com.br e confira!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A boa música da Paraíba: onde achar?

Texto retirado da lista de e-mails PB Rock, escrito por Patativa Moog.


Tempos atrás, eu me lembro, você saia à caça de álbuns de bandas e artistas locais e, puff, às vezes cansava - ou desistia - de procurar e, nada. Não é que isso, hoje, seja um "problema" do passado, mas muita coisa já mudou, e para melhor. Na lista de discussão PB Rock, idealizada por Jesuíno André, surgiu uma proposta (alô, Gerson!) de se criar um blog que disponibilizasse somente música produzida na Paraíba, não importando o estilo (rock, pop, forró, MPB, etc). Todos assentiram à proposta e, daí, surgiu nova discussão: Que nome dar ao blog, para bem identificá-lo? Depois de várias sugestões, Música da Paraíba pareceu ser o nome do agrado de quase todos. Mas havia um pequeno "problema": já havia um blog com esse nome, e com a mesma proposta - só que mais fincado em música regional, e variantes dela. Decidiu-se entrar em contato com o dono do blog (era Raoni) e propor uma parceria, revitalizando-o (as postagens, na época, eram bem escassas e antigas). Foi o que fez a lindíssima Mari Boop, com a maior das boas vontades. Assim, e desde então, ela, Raoni e Gerson mantêm o blog sempre atualizando, despejando aí toda a produção da boa música da Paraíba, conforme vão encontrando os materiais (CDs, EPs, etc), ou conforme os mesmos lhes vão sendo enviados. Se você tem banda com CDs ou EPs gravados (mp3 mais capinha frontal), ou se é um artista solo, com CDs ou EPs gravados, poderá enviá-los paramari.adcarneiro@gmail.com Eles serão disponibilizados gratuitamente para download, sem ônus para qualquer parte, somente com a finalidade de divulgação. É o que, na descrição do blog, pode-se ler:

Blog para postagem de arquivos e troca de opiniões sobre a Música Paraibana. Música feita por quem nasceu aqui ou por quem vive aqui ou, ainda, por quem se identifica com as nossas particularidades, mas que fala para o mundo. As postagens pretendem compartilhar o prazer em divulgar o cancioneiro paraibano, sem objetivos comerciais. Nesse sentido, os arquivos aqui inseridos estão voltados à divulgação e apreciação dos sons da Paraíba. De qualquer forma, se alguém se sentir prejudicado, basta nos enviar um e-mail para que o post seja retirado. Obrigado e sejam bem-vindos!


Mais recentemente, surgiu o Harmonice Musices Odhecathon: coisas que não se ouvem todo dia, mantido pelo meu entusiasmadíssimo amigo Matteo Ciacchi, também com a proposta de, como o próprio nome diz, oferecer músicas de álbuns produzidos em nosso Estado e que não são mais tão fáceis de achar. A descrição do blog, um Prelúdio, é como segue:

Bem vindos, senhoras e senhores, a mais um desses blogs destinados a compartilhar música difícil de encontrar de todos os cantos do mundo.

Não criei esse blog com nenhuma pretensão de fazer um blog que seja seguido por milhares de pessoas, que disponibilize as gravações de melhor qualidade, que seja referência no (vastíssimo) mundo de sites do tipo. Criei simplesmente porque existem algumas coisas que eu acho que precisam ser compartilhadas e que só se encontram com muita dificuldade - uma pequena contribuição no sentido de algum dia chegarmos ao estado em que será possível encontrar tudo na internet. Até lá, irei postando. E não esperem nenhuma freqüência fixa de postagens ou foco em um tipo específico de música... aliás, não esperem nada. Só espero que eu possa fazer você escutar alguma coisa que você não escutaria normalmente.

Porque existem mais coisas entre céu e terra do que supõe nossa vã filosofia.

Bons downloads.

E parece que isso é o suficiente, por hora.

Visite o Harmonice Musices Odhecathon: http://odhecaton.blogspot.com/

Visite o Música da Paraíba: http://musicadaparaiba.blogspot.com/

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Gargalo da Circulação

Por Roger Deff


foto de Lúcio Afonso Pereira

Uma das principais vitrines de visibilidade para o atual momento da música produzida no Brasil está justamente na participação em festivais de música independente, que pipocam país afora. Exemplos de sucesso deste tipo de empreitada é o que não faltam, como os brasilienses do Móveis Coloniais, os cuiabanos Macaco Bong e Vanguart, o paulistano Emicida, entre outros cases.

Não por acaso, uma das questões mais debatidas entre os músicos é a circulação, que ainda é uma dificuldade a ser superada por uma parcela considerável de bandas. Com a disponibilidade de tecnologias que possibilitam estúdios caseiros e uma infinidade de opções de distribuição/ veiculação digital dos trabalhos, uma das últimas barreiras a ser vencida é justamente “por o pé na estrada”, porque esbarra em questões de ordem financeira. O problema está no fato de que, para a maioria dos artistas, a música ainda não se tornou uma atividade auto-sustentável, e o paradoxo é que um dos caminhos para que se alcance a tão sonhada e discutida sustentabilidade passa justamente pela circulação.

Lucas Mortimmer, do Coletivo Pegada, afirma que “mais que uma dificuldade, a circulação é uma necessidade para bandas que querem atingir sustentabilidade trabalhando com música independente. Mesmo que a banda tenho um público local forte, ela não consegue manter uma frequencia de shows por um longo período de tempo e manter seu público frequente a ponto de ter sustentabilidade”, enfatiza. Mortimmer diz ainda que é importante para a banda iniciar a formação de público em cidades próximas, compreendendo inclusive as realidades dos outros municípios. “Não adianta a banda exigir as mesmas condições que ela tem sua cidade ”, conclui.

Coincidentemente, enquanto produzia este texto, assisti a um debate sobre o atual momento da produção musical, debate este promovido pelo Sebrae e que contou com as presenças de Kuru Lima (Cria Cultura/ Conexão Vivo), Leo Morel (percussionista do Monobloco e autor do livro Música e Tecnologia- um novo tempo apesar dos perigos) e Leonardo Salazar (autor do livro Música LTDA e produtor da banda Devotos). Inevitavelmente, a questão da circulação foi uma das pautas discutidas.

Kuru Lima foi enfático ao afirmar que “conseguimos produzir música, distribuí-la, mas temos muita dificuldade em circular com ela”, ao passo que o produtor pernambucano Leonardo Salazar contou como conseguiu fazer com que a banda Devotos, com a qual trabalha atualmente, realizasse uma pequena turnê pela Europa. “Fizemos o contato com o pessoal utilizando o myspace. O difícil depois foi conseguir o dinheiro para viajar, depois de tentarmos várias opções, apoio do governo etc, a solução foi dividir no cartão de crédito”, conta.

Kuru ainda chamou a atenção para a necessidade de investimento por parte das bandas em shows que, muitas vezes, não pagam cachês, mas são úteis para a formação de público. Se existe um consenso em toda essa história, ele reside em um aspecto fundamental: todos concordam que circular é preciso e que trata-se de um investimento imprescindível para qualquer carreira musical.

O mesmo assunto surgiu em uma entrevista que fiz com Hélio Flanders, da banda Vanguart, um dos trabalhos independentes mais bem sucedidos do país, em parte pela presença constante em diversos festivais. Flanders sugeriu que os festivais investissem em meios para custear as viagens das bandas. E é aí que entra em cena outra questão polêmica: cabe aos festivais fazer isso, ou este é um investimento exclusivo do músico? É possível um meio termo nessa relação? São várias as opiniões para cada uma das perguntas colocadas, o que já rendeu um número elevado de fóruns on-line em listas de discussões, com argumentos coerentes em sua maioria, em que cada lado (artista e produtor) apresenta aspectos pertinentes para defender suas respectivas posições.

Uma provocação interessante foi feita por um amigo recentemente. Ele me questionou sobre os trabalhos que tem apelo apenas local, ligados à realidade cultural de suas respectivas regiões e cidades. De fato, é uma realidade que deve ser avaliada pelo artista quando pensar nas possibilidades de divulgação e alcance de seu trabalho. Afinal, “sucesso” é algo extremamente relativo e não há nada de errado no fato de um trabalho artístico funcionar dentro de uma determinada perspectiva regional, o que muitas vezes está ligado à característica do que se produz. Mas mesmo trabalhos com essas características necessitam de investimento em circulação, mesmo próxima, para que consigam manter uma agenda mínima de shows, a médio e longo prazo.

Iniciativas e facilitadores

O Fora do Eixo, ao lado da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), trabalha no sentido de fornecer plataformas que viabilizem a continuidade e a proliferação dos festivais, além da inserção cada vez maior de bandas e artistas de todo o país em um modelo de trabalho colaborativo, cujo objetivo é dar oportunidades de circulação a um número crescente de propostas musicais. A Abrafin, de acordo com informações do site da instituição, conta com 32 festivais cadastrados, movimentando mais de 600 bandas anualmente. Já o Fora do Eixo, que é uma rede de trabalho colaborativo em prol da música (e vem expandindo para outros segmentos artísticos), ocupa hoje 25 unidades federativas do Brasil.

O surgimento das duas “entidades” ajudou a ampliar as possibilidades de circulação de bandas de todo o país, estimulando o surgimento de vários festivais, bem como de plataformas como a Toque no Brasil, através da qual bandas e produtores podem cadastrar seus respectivos trabalhos e eventos, ajudando também a resolver outro problema, que é aquele relacionado aos gastos para envio de materiais aos festivais.

Os artistas podem ainda recorrer a mecanismos como Leis de Incentivo e outros editais que podem auxiliá-los em suas turnês. Uma conclusão fácil: se, por um lado, algumas bandas ainda demonstram dificuldades financeiras para a realização de viagens para outras localidades e a participação em festivais, o fato é que estabelecer rotas de circulação e contatos com outros públicos e produtores nunca foi tão acessível quanto é agora. Existem dificuldades estruturais mas é indiscutível o fato de que a música passa por um momento singular e bem mais democrático do que era no período em que apenas as majorsditavam as regras.

Sem artigos relacionados.

Retirado do site do Pegada Coletivo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Votação Natora: Bandas mais votadas

O Natora faz aniversário agora em dezembro e quem ganha o presente é você! Fizemos uma votação via twitter e orkut, sobre quais bandas que o público viu tocar e gostaria de ver o show novamente no próximo ano. Por 3 dias, o link estava disponível para todos votarem. Foi computado um voto por pessoa, não podendo repetir.

As pessoas que votaram em mais de 3 bandas, consideramos apenas as 3 primeiras opções marcadas. Foram mais de 50 bandas que o Natora fez os shows em Campina Grande.

Vamos aos resultados:

Macaco Bong - MT - 24,7%

Plastico Lunar - SE - 16,8%

The Tormentos - ARG - 14,6%

Camarones Orquestra Guitarrística - RN - 14,6%

Burro Morto - JP - 13,4%

Claustrofobia - SP - 12,3%

Cerva Gratis - JP - 12,3%

Violet - JP - 12,3%

Madalena Moog - JP - 11,2%

Caldo de Piaba - AC - 10,1%

Sem Horas - JP - 10,1%

Inicialmente iríamos selecionar 10 bandas, para depois uma curadoria escolher dentre as 10, 5 que voltariam. Como rolou um empate entre a Caldo de Piaba e o Sem Horas, computamos 11 bandas pré selecionadas. Internamente iremos selecionar as 5 bandas, dentre as mais votadas da lista acima, que voltarão à Campina Grande em 2011.

Nos sigam no twitter >> @natoracoletivo