quinta-feira, 29 de julho de 2010

Programação da Feira da Música 2010

Foi divulgada a programação musical da feira da Música de Fortaleza. São diversos artistas do Brasil e da América Latina. A Paraíba será representada pela bandas Cabruêra e Sex on the Beach. As duas se apresentam no sábado dia 21 de agosto.

Sex on the Beach(PB)

Cabruêra(PB)



GRADE PROGRAMAÇÃO FEIRA DA MUSICA 200

BRASIL INDEPENDENTE – Praça Verde do Centro Dragão do Mar

QUINTA
19/08

Breculê (CE)
Xique Baratinho (AL)
Don L (CE)
Diego de Moraes e o Sindicato (GO)
Wado (AL)

SEXTA
20/08

Lulina (SP)
Jardim das Horas (CE/SP)
Vitoriano (CE)
Mini Box Lunar (AP)
Messias Holanda (CE)

SÁBADO
21/08

Faculdade Mental (CE)
SeuZé (RN)
Tita Lima (SP)
Zé Cafofinho e suas Correntes (PE)
Cabruêra (PB)
Naurêa (SE)

INSTRUMENTAL – Espaço Rogaciano Leite Filho do Centro Dragão do Mar

QUINTA
19/08

Fulo de Araçá (CE)
Monte Pascoal (MG)
Mamma Cadela (SP)
Assaré Band (CE)

SEXTA
20/08

Bernadino Mota (CE)
Baiana System (BA)
Quarteto de Trombone do Estado do Ceará (CE)
Antulio Madureira (PE)
Ska Maria Pastora (PE)

SABADO
21/08

Cia. Vidança (CE)
Sex on the Beach (PB)
The Dead Rocks (SP)
Camarones Orquestra Guitarrística (RN)
Orquestra Popular do Recife (PE)

PALCO DO ROCK – SESC SENAC Iracema

QUINTA
19/08

Macula (CE)
O Sonso (CE/SP)
Facas Voadoras (MS)
Canastra (RJ)
Autoramas (RJ)

SEXTA
20/08

Voyeur (PE)
Ecos Falsos (SP)
Ex-exus (PE)
Bonecas da Barra (CE)
Publica (RS)

SÁBADO
21/08

The River Raid (PE)
Os Irmãos da Bailarina (BA)
L.A.B. – Less a Bullshit (RS)
Medulla (RJ)
Jonnata Doll & Os Garotos Solvente (CE)
Facada (CE)

PALCO DA DIVERSIDADE – Praça Dragão do Mar

SABADO
21/08

Noite do Hip Hop
Uns e Outros (CE)
Quilombo Favela (CE)
MC Priguissa (RN)
Emicida (SP)



sexta-feira, 23 de julho de 2010

The Baggios - O Azar Me Consome [single] (2010)

Esse é o single do primeiro disco cheio dos sergipanos do The Baggios. O lançamento está previsto pra outubro e já promete bastante.




Além da faixa título o single é acompanhado pela versão de Can't Find My Mind dos The Cramps e Canção Dos Velhos Tempos que é meio folk meio blues raiz. The Baggios tem suas influências claras no blues e é uma das poucas bandas nacionais a assumirem o formato bateria e guitarra. Sendo assim nomes como Black Keys e White Stripes são constantes quando comparamos e falamos da influência dos caras. O single saiu hoje e está sendo lançado simultaneamente em diversos blogs e sites. Recomendado!




Nome do arquivo: The Baggios - O Azar Me Consome (Single).rar
Media Fire, 18MB, 249~320Kbps.


O Azar Me Consome [single]
01. O Azar Me Consome
02. Can't Find My Mind
03. Canção Dos Velhos Tempos (Jam Version)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Anjo Gabriel(PE) + Quarto Astral(PE) em Campina Grande

Nesta sexta, dia 16/07, duas bandas pernambucanas estarão no Bronx. Anjo Gabriel e Quarto Astral. O show faz parte da Mini Tour de lançamento do EP da Quarto Astral(PE). Os ingressos estarão a 5 reais e os shows começam ás 23h. As bandas ainda passarão por Garanhuns, Recife e João Pessoa.




Confira a entrevista que o Natora fez com o Bruno Gambarra, baixista da Quarto Astral:

Vocês, depois de 5 meses, estão de volta a Campina Grande. As impressões foram boas da última vez? Como vai ser agora no lançamento do disco?

Bruno: A primeira vez que fomos à Campina Grande foi lindo, maravilhoso! Tocamos no projeto do Grito do Natora com a Nova Consciência. Não tinha como ter sido melhor! Com a nossa nova ida pra esses lados interioranos, para o lançamento do Ep, vai ser ainda mais lindo...

E sobre o disco? Como e onde ele foi feito? O que há de evolução no som do Grito Rock para cá?

Bruno: Do Grito pra cá muito rock rolou. Esse nosso Ep está muito mais limpeza que o anterior.
Regravamos uma música antiga e outras quatro novas. O processo de gravação foi no LumoEstudio com Carlinhos, mixagem e master no Estudio Casé em piedade, com Casé e Peter. As gravações foram meio que ao vivo, com direito a jams que nunca havíamos ensaiado antes, com frasesinhas inéditas no dia da gravação... na correria, mas ficou pesado! Estamos super satisfeitos.

O processo de composição se dá muito por jam's ou as músicas são compostas de maneira isolada e no estúdio vocês finalizam?

Bruno: Como a banda é composta por eu, meu irmão e um grande amigo na batera, geralmente eu e Thiago fazemos a música em casa, numa jam, levamos para o studio, fazemos uma jam em cima dela, aí começamos a "firular" e finalizar as músicas... Mas, inclusive, da gravação pra cá, algumas músicas já foram alteradas... acabamos enjoando, de umas coisas, aí prolongamos, encurtamos e tal... e acabamos sempre mudando umas músicas, de ensaio pra ensaio...


E sobre o lançamento do EP. Ele estará disponível onde?

Bruno: Depois do lançamento que acontecerá Quita agora, 15/07, disponibilizaremos ele na internet e à venda nas banquinhas do circuito mais próximas de você. Recomendamos a compra do Ep, lógico, porque ele tá bem bonitinho, com miniencarte e tudo. Mas se quiser baixar, deixaremos na rede. Será lançado no myspace também logo após os shows... acho que vão curtir.

Hoje, é muito comum a idéia de que o material físico morreu. Como você avalia isso? Concorda com essa idéia?

Bruno: Ontem fui em uma livraria aqui de Recife com meu irmão comprar um disco, acabamos voltando com o Electric Ladyland e o On an Island. Comprei também outro dia o Ep da Rinoceronte e da Sex on the Beach. Com base na evolução da internet coisa e tal acho que não tinha como o material físico se manter sempre presente, mas o que é de qualidade tende a ser valorizado pelo usuário. Em se tratando de Rock, o roqueiro sempre vai querer ter o disco/ep original e o fará assim que possível. Então é tudo muito relativo...


Você está morando há pouco tempo em Brasília, com esse tempo em BSB, dá pra perceber algumas diferença e semelhanças entre as cenas do centro Oeste e do Nordeste? Ou todo mundo tá fazendo e se organizando de modo parecido?

Bruno: Esse tempo que eu passei em Brasília, com o convívio da galera de Taguatinga, do coletivo Cultcha, especificamente (inclusive Diego da Valdez, banda do Cultcha, vai participar da minitour com a gente, tocando algumas musicas juntos na guitarra), cheguei a conclusão que fazer rock lá é mais facil do que aqui.

Mesmo? Quais as razões?

Bruno: Nós aqui no Nordeste temos muita regionalidade, muita cultura que o governo não pode deixar ser perdida. Por isso tanto incentivo pra esse lado cultural regional. Em Brasilia, pelo que percebi, o rock está muito presente, e por não haver a necessidade de se fometar tão pesadamente outra coisa, o rock acaba conseguindo mais espaço. Isso é foda demais por lá... todo canto, toda noite, rola um rock diferente... e isso é lindo!


Conheça as bandas:

Quarto Astral

A Quarto Astral busca explorar o rock em sua essência, tal como era feito nos anos 60 e 70: psicodelia, rock n' roll e progressividade regadas com muitos solos de guitarra e improvisos, sem o rumo tradicional de início, meio e fim, mas sim com um início... e um fim na hora certa. Suas letras tratam do elemento natural e humano, suas interferências e discrepâncias, quatro dimensões coerentes com a realidade (ou não), cantadas pelas três vozes da banda.
Em setembro de 2009, a banda iniciou sua parceira com o Lumo Coletivo e, conseqüentemente, com o Circuito Fora do Eixo – grupos que, por meio do cooperativismo, da economia solidária e outros embasamentos dentro desta ideologia, buscam a troca de bens e serviços culturais. A idéia é facilitar o intercâmbio e a produção cultural em Pernambuco e nas zonas externas aliadas ao Circuito Fora do Eixo, distribuídas por mais de 40 coletivos por todo o Brasil.


Anjo Gabriel

Anjo Gabriel

"Anjo Gabriel é Psicodélica. Com ecos da cena udigrudi dos anos 60 e 70”. Para complementar a equação adicione o Kraut Rock alemão produzido nos anos 70 e todo ácido que é possível diluir em sons incrivelmente caóticos, que se entrecruzam e soam como aglomerados de galáxias agonizantes perdidas em corredores de tempo e espaço. Tempo e espaço inclusive são elementos extremamente fluidos, proporcionando uma intensa viagem de surrealidade rock’n’roll.
A banda formada em 2005 vem desde então tocando em eventos undergrounds e formando um publico cada vez maior. A principal característica da banda é a sua sonoridade que busca, através de suas performances, trazer de volta o ambiente sonoro das décadas de 60 e 70, não apenas nas musicas, mas em relação aos timbres, composição e indumentária da banda, tudo isso remete á essas décadas que na visão da banda foi o ápice da criação musical. Atualmente o grupo está em fase de finalização de seu primeiro disco que será lançado em LP duplo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Revista FMQ? #3

A Revista fmq? lança sua a 3ª edição com entrevista exclusiva do músico, compositor e gestor público, Chico César. Carreira, projetos e gestão da cultura são alguns dos temas da matéria de capa da revista.

O pré-lançamento da nova edição da revista de Cultura do Nordeste, Fome de Quê?, mais conhecida por fmq?, acontece neste quarta-feira (07), a partir das 15h, no endereço eletrônico http://issuu.com/revistafmq.

Além da entrevista com o músico, a fmq? apresenta nesta edição uma seleção de treze artigos inéditos. Produzidos por artistas, produtores Culturais, jornalistas e profissionais que atuam no cenário cultural da região.

Para saber mais sobre a Revista Fome de Quê?, os leitores podem seguir o perfil revistafmq no twitter e no facebook e receber em primeira mão as novidades sobre as publicações da revista.





Confiram também a entrevista no DEACORDOCOM feita por Valdívia Costa.

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Festival Dosol(RN) com datas e locais confirmados

mukeka

O Festival Dosol 2010 já está indo para rua com todas as datas e locais confirmados. Esse ano o evento ganha vários dias com relação ao ano passado e também passa a ter mostras oficiais em outros municípios. Confira abaixo todas as datas e locais dos shows:

NATAL/RN – RUA CHILE (ARMAZÉM HALL, GRITO FILMES E CENTRO CULTURAL DOSOL)
De 05 a 07 de novembro – Festival Dosol 2010

NATAL/RN – CASA DA RIBEIRA
De 10 a 14 de novembro – Festival Dosol 2010 – Etapa Instrumental e Contemporânea
(Acesso gratuito)

PARNAMIRIM/RN – DISTRITO DE PIUM
14 e 15 de novembro – Festival Dosol 2010 – Etapa Instrumental e Contemporânea
(Acesso gratuito)

MOSSORÓ/RN – CENTRO CULTURAL QUINTURA
06 e 07 de novembro – Festival Dosol 2010

O Festival Dosol 2010 tem patrocínio da Oi através da Lei Câmara Cascudo, Petrobrás através da Lei Rouanet e apoio do Ministério da Cultura e do projeto Cena Aberta.

Já estão no lineup do evento para esse ano artistas como Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), Violins (GO), Superguidis (RS), Planant (RN), Venice Under Water (RN), Claustrofobia (SP), Conjunto Merda (ES), Mahatma Gangue (RN), entre outros.


Mais informações no site do DoSol.

www.dosol.com.br

segunda-feira, 5 de julho de 2010

“Visagem” - Cabruêra

Matéria retirada do site: http://deacordocom.blogspot.com/

Por Valdívia Costa

CONCEITO - Na cultura popular, a visão de um fantasma; na música, um som gostoso de se ouvir, dançar, acreditar e passar a vista nas sonoridades mundiais. | imagem: Augusto Pessoa

VALDÍVIA COSTA

Crenças à parte, canções ao todo, Visagem sintetiza um som nordestino modernamente envolto pela música do mundo. Sentimos a nossa cultura afro brasileira pulsar, por exemplo, em Xangô (faixa 5) e acompanhamos com a cabeça a sutil escaleta ecológica de Passarada. O baixo, a bateria e os metais pra lá de buliçosos compõem os novos ritmos da Cabruêra em seu quarto CD. Ah! Esqueci do original style do violão esferográfico. Hipnotizador.

Não tenho cacife para avaliar artisticamente nenhuma obra de arte. Por isso não faço crítica de música, cinema ou qualquer outra coisa aqui no blog. Mas fiquei me coçando pra dizer que esse é um dos melhores CDs da banda (difícil escolher), não só pelas músicas, mas pela arte gráfica, zelo e ligação com o que temos de mais sensível, nossas histórias religosas e sustentáveis, visto que somos ligadíssimos à terra, à fauna e à flora.

Acompanho o trabalho dos cabras paraibanos desde a primeira aparição inesquecível na efervecente faculdade de Comunicação Social. Nesses remotos tempos, a galera curtia, fazia e inventava arte o tempo todo. Desde o primeiro CD, a Cabruêra conseguiu trazer novidades musicais embaladas nas nossas tradições. Se alguém acha que é só rock, é preciso abrir mais o ouvido. Tem pássaros acompanhando Arthur Pessoa na faixa seis, a que mais curto.

Para não deixá-los somente com essas superficiais impressões de uma mera fã, uma coitada que só sabe dançar e achar bom um trabalho caprichado, vou mostrar a vocês a crítica de um blog especializado no assunto:

(...) Pra mim sobra especular que “Visagem” é um trabalho conceitual, seja no trato visual, no poético e no rítmico, expostos nas doze composições diversificada entre temas instrumentais, abordagens folk-regionalista e mantras típicos nordestinos. É música, mas é também poesia e imagem. Tem um trabalho gráfico maravilhoso, cuja arte tem a assinatura do fotógrafo Augusto Pessoa.

Conheço a Cabruêra desde seu começo. Hoje talvez seja o grupo que melhor une, se não for o único, a tradição musical nordestina em conjunção com a modernidade cosmopolita. Se não é o disco mais vibrante, ele tem nas suas entrelinhas sonoras a execução de algo mais complexo e cativante. A produção de luxo do músico e produtor João Parahyba (Trio Mocotó) atualizou, com leveza e sofisticação, a sonoridade sem interferir, contundente, no regionalismo particular que é a marca registrada da banda.

Esse novo trabalho comprova que sua atual formação é a mais coesa e enxuta. Arthur Pessoa, único original, conseguiu reunir excelentes músicos – Edy, Pablo e Leo – que, além disso, são bons compositores, resultado obtido na parceria do quarteto na composição e produção de todo o disco. E um detalhe importante: esses três novos membros são de formação roqueira, dando uma maior e mais interessante amplitude musical. (...)

Veja o resto da crítica no blog Meus Sons.
Tem mais declarações apaixonadas no
Overmundo.
Contato: arthur_pessoa@yahoo.com.br

domingo, 4 de julho de 2010

Sex on The Beach é surf music no Cariri


Entrevista retirada do site meusons.yd.com.br/

Nem só de mar vive o surf music brasileiro. O melhor festival nacional do gênero fica nas montanhas mineiras e um dos melhores representantes nordestinos é de Campina Grande, cidade do Cariri paraibano, chamada Sex On The Beach. Um trio formado pelo guitarrista Diogo Pafa,o baixista Marlo Simaskowsk e o baterista Tonny Lira que desponta no cenário com sua música instrumental primorosa e instigante. Campina Grande é uma cidade cosmopolita e avançada que congrega pessoas de toda a região, como no caso do alagoano Diogo e do sergipano Marlo, estudantes que resolveram formar a banda junto ao local Tonny. O combo nem completou um ano de existência já lançou um EP e fez uma turnê proveitosa por vários estados do país. O primero disco cheio deve sair ainda este ano. Convidamos o baixista Marlo para esclarecer qual é a praia do Sex On The Beach. Let´s surfing!


Sex on the Beach(PB)

Como é fazer “surf music” distante da praia? Fale sobre a banda.

Marlo -Não é complicado fazer surf music longe da praia. Nem estamos tão longe assim, na verdade. São só 120Km de distância. Mas, daqui, fazemos usando a imaginação. Não é preciso estar na Jamaica para fazer Reggae ou estar no Brasil para fazer Samba ou no Espaço para fazer Psicodelia. É uma questão de estado de espírito e de imaginação. Essa regra vale para nós também. Apesar da banda ser campinense, apenas um integrante não é “praiano”. Estamos apenas geograficamente longe da praia. Mas sempre continuamos imaginando (ou indo) a uma praia aqui por perto.

A Sex fez um ano agora há pouco tempo. Nesse primeiro ano fizemos um EP, o “Wanna some Sex on the Beach?” E demos uma circulada por quase todo o nordeste e alguns lugares do Centro-Oeste e Minas, tocando em festivais, casas de shows e onde deixassem. Fizemos inúmeros shows aqui na cidade. Demos uma passada algumas vezes em João Pessoa também. A Sex tem influências variadas, provavelmente devido às diferentes formações que cada um teve, desde sons mais clássicos como Dick Dale e Ventures, passando pelos brazucas do The Dead Rock e Retrofoguetes chegando ao velho e bom rockabilly. Essas são as influências diretas. Obviamente tudo que cada um ouve acaba entrando implicitamente em algumas composições, é a ordem natural da coisa. E assim rola bacana.

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Você é de outro estado e atualmente reside em Campina Grande. existe alguma diferença? como é que a cena rock campinense?

Marlo - Existem algumas diferenças nas cenas das duas cidades sim. Aracaju é uma cena que tem bandas fantásticas, porém falhava na articulação de shows e na circulação de bandas. De dois anos para cá a coisa em Aracaju mudou (e vem evoluindo), com isso mais bandas e artistas estão produzindo e se espalhando em por várias cidades. De 2004 a 2008 Aracaju passou por uma onda cover forte, e isso enfraqueceu e desestimulou muito a cena. Outra diferença são as casas de shows. Lá existe um número maior de casas organizadas para receber um show de pequeno/médio porte. Em CG temos poucos lugares pra tocar ou produzir um evento.

Um ponto negativo em comum das duas cidades, é que nenhuma das duas tem um festival de música independente. Acredito que este ano a isso deva mudar. E é importante que acontecer pelo menos um anualmente. Sobre a cena campinense em particular, aqui a cena rola como em qualquer outro lugar. O diferencial daqui é o público muito disposto. Todo mundo é sempre muito aberto a coisa novas. Vale lembrar que CG é interior, o que em termos comparativos deixa a cidade numa posição bem bacana. Acredito que por ser uma cidade universitária a galera tem mais “punch” para sair de casa e se divertir, conhecendo outros sons e outras pessoas. Geralmente o público é mais numeroso do que nas outras cidades. No cenário independente, é uma das poucas cidades do Brasil que pode rolar um show numa quinta e dar mais de 200 pessoas. Mas também é uma cena que, em termos de articulação, só de 2 anos para cá que começou a se organizar. Tradicionalmente, na cidade surgiram nomes e bandas sempre de excelente nível. De exemplo vale citar o Cabruêra, Aerotrio, Hijack, Toninho Borbo, Oxent Groove, Freqüência Zero e etc. São nomes que chegaram na minha cabeça agora. Bandas novas estão ganhando cada vez mais corpo também. A Valsa de Molly e a Warcursed são duas bandas recentes que fazem um trabalho com bastante dedicação.

Tu és um dos idealizadores do coletivo Natora. Por que criaram o coletivo e qual seu objetivo?

marlo simaskowsk

marlo simaskowsk

Marlo - Eu, Diogo Rocha e Giancarlo Galdino que damos o pontapé inicial. A Sex on the Beach, muito antes da formação do coletivo, já trabalhava tentando interligar cenas. Mais bandas e interessadas em parcerias se juntaram nós. Quando percebemos, estávamos naturalmente trabalhando de forma coletiva. Com a entrada no Circuito Fora do Eixo, oficializamos o coletivo aqui com o objetivo de fazer a troca de tecnologias e produtos culturais com outras cidades e estados. Descobrimos que em João Pessoa tinha muita gente trabalhando da mesma forma que nós, então unimos pontos em comum e fizemos parcerias. Funcionou assim com quase todos os estados do NE. Hoje é fundamental toda banda e produtor estarem conectados com a máxima quantidade de pessoas que atuam de forma similar com a sua. O músico é tão parte do processo quanto o produtor e o parceiro da casa de shows. É nessa perspectiva que o coletivo trabalha. É um espaço sempre aberto a aprendizado, críticas e novas parcerias.

A Sex on the Beach é uma banda essencialmente instrumental. Como não sendo muito comum, existe alguma dificuldade de produção (shows, gravação, etc) neste estilo?

Marlo -Até hoje não encontramos dificuldades por nós sermos instrumental. A cena instrumental brasileira certamente está melhor agora. Temos mais espaço e visibilidade hoje do que há tempos atrás. Acredito que uma banda instrumental tem a grande vantagem de não precisar de um equipamento de som tão grande, e isso acaba viabilizando financeiramente um show. Para um power trio, mais simples ainda. No limite, a Sex mesmo consegue fazer um show com um amp de guitarra, um de baixo e uma bateria. Então bem tranqüilo de tocar em qualquer lugar. É só ter energia (elétrica) e disposição.

Fale um pouco das referencias sonoras da banda.

Marlo - Bambi Molestrs, Dead Rocks, Retrofoguetes, Los Straitjackets, Dick Dale, Ventures, Swadons e Pata de Elefante são sons que nos influenciam diretamente. Obviamente, a gente acaba conhecendo outros sons em outros estilos… E tudo isso faz a soma na hora de compor e desenvolver um tema. A troca de experiências com outras bandas também ajuda no desenvolvimento do processo. A Sex tem um trilho e vários vagões. Cada um coloca o que quiser no seu vagão. Mas é importante que o trem não saia do trilho.

Quais os planos futuros da banda?

Marlo - Depois da Tour Invasão Paraibana que fizemos junto com o Nublado pelo Centro Oeste, Bahia, Alagoas e Minas, nos concentramos nas novas músicas e nas composições. Estamos pré produzindo as músicas do próximo CD/EP. A proposta é em setembro/outubro estar com o material gravado e fazer um show de lançamento em Campina Grande e João Pessoa. Agora, em junho e julho estamos nos concentrando apenas nisso. Em agosto vamos tocar na Feira da Música de Fortaleza e no BNB Cultural. No segundo semestre começa a temporada dos festivais e queremos estar preparados daqui até lá. Existe uma possibilidade legal para o próximo ano, fazendo uma “gig” pelo sudeste e sul. Mas por enquanto estamos trabalhando ainda. Nosso foco está nas músicas.

Qual a sua opinião sobre o atual mercado independente nacional?

Marlo - Falar de mercado independente hoje é falar da internet. O mercado mudou quase que totalmente com a chegada dela. O streaming e o download vieram para ficar. No mercado, já tem muita gente antenada nisso. É questão de sobrevivência mesmo. E quem não estiver a tecnologia acaba engolindo.

Temos uma nova geração de consumidores. O público que hoje tem 18 anos, muitos deles não compraram um CD na sua vida. É tudo no mp3, no computador e etc. Então, um CD não tem tanta representatividade para essa galera como teve para mim, saca. Claro que o disco não deixa de ser importante. Mas, hoje, ele não é mais essencial. A essência hoje é a própria banda. É assim que o disco vai chegar mais facilmente ao público. É a banda que vai chegar nas cidades com os CD’s. A lógica do mercado anterior era inversa.

Existe uma infinidade de bandas, selos, produtores, festivais e redes pensando no novo formato da música independente. A internet não é o futuro da música independente. O futuro é será outra coisa. A internet é o presente. temos que pensar mais a frente da internet. Acho que o caminho é esse. É não esperar que algo aconteça, e sim fazer a coisa acontecer.

A cena nunca é feita por uma pessoa ou por uma banda. Historicamente, as cenas foram construídas a partir de grupos. Acredito que o modelo que está sendo construído agora, com a política de redes interligadas, é o novo mercado independente. É essa galera (Circuito Fora do Eixo, Rede Motiva, Rede Minas, Fórum Nacional de Música, Banco de Palmas (Ecosol), MPB - Musica para Baixar, Rede Música Brasil, Feiras da Música e etc..) que está pensando e repensando ferramentas para que a música chegue, com um formato e padrão de qualidade bacana, cada vez mais em mais lugares. Afinal. Este é o objetivo final e comum.

O que achas sobre a música na era da internet?

Marlo - Particularmente, acho primordial a idéia do download e do streaming pela internet. O produto final de uma banda não é mais o disco, e sim a própria banda. Hoje, nem mesmo financeiramente o CD compensa como compensava antigamente. Há uma rara exceção: cidades do interior. Em cidades onde o uso da internet não é tão extensivo, além do show, o CD funciona muito bem! O que compensa, na maioria esmagadora dos casos, é seu álbum estar disponível livremente na internet e através disso a sua música se propagar para que a banda possa sair para tocar em cidades que nunca se imaginou. Gosto da idéia de tudo ser disponibilizado na rede. Mas há uma diferença grande entre disponibilizar o material na rede e a banda não se disponibilizar para tocar. A internet é apenas ferramenta. O show é que completa.


Fotos por Fernando Ventura e Laércio Gnomo

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Natora no Jornal Correio da Paraíba


Matéria realizada por Renata Escarião e publicada nesta quinta-feira no Caderno 2 do jornal Correio da Paraíba sobre os coletivos culturais na Paraíba.