sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pressuposto, de Nevilton (PR) é lançamento do mês do Compacto.Rec

Enquanto o Grito Rock 2010 vai rolando, o Compacto.Rec também não para sua produção. E nesse mês teremos o lançamento do Power trio Paranaense Nevilton. Banda formada por Nevilton de Alencar + Tiago Inforzato + Fernando Livoni, com um rock alternativo que pega um estilo bem chegado a varias bandas dos 90.

Pelo MySpace dá pra notar que o som deles se mete com Pixies e Pavement. Sendo assim, o Compacto.Rec apresenta, como segundo lançamento do ano, o EP Pressuposto, trazendo o bom rock do Paraná. A banda já passou por cidades como Maringá (PR), Curitiba (PR), Joinville (SC), Baln. Camboriú (SC), Florianópolis (SC), Puerto Iguazu (Arg), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF), Palmas (TO) e São Paulo (SP).

Nevilton - Divulgação 02 por Compacto.REC.

Nevilton (PR) – Lançamento deste mês do Compacto


SOBRE O CD

Nevilton - Capa do CD por Compacto.REC.


E chegou hora de mais um sonoro passo para Nevilton, dia 10 de Fevereiro de 2010, depois de quase 3.000 cópias de seu “Pacotão de Demos”, distribuídas pelo Brasil, o trio paranaense lança seu primeiro registro fonográfico oficial, oEP Pressuposto. Nele a banda publicou cinco músicas, entre elas, duas que estarão em seu disco de estréia o “de Verdade”: Pressuposto (canção que dá nome ao EP) e Vitorioso Adormecido. O disco foi gravado no YB Studios, em São Paulo, ainda com o baterista Fernando Livoni, e será lançado em breve. As outras três faixas do EP são: O Morno, Do Que Não Deu Certo e Singela (Canção ao Amigo). Todas elas foram gravadas em Umuarama, por eles mesmos, em seu próprio estúdio, o “Sombrero”, já com o novo baterista, Eder Chapolla.

AGÊNCIA FORA DO EIXO

Nevilton - Festival Calango por Compacto.REC.

Nevilton no Festival Calango de 2009

A banda Nevilton, assim como o Madame Saatan (PA), faz parte do case da Agência Fora do Eixo, que é uma nova frente de trabalho do Circuito Fora do Eixo, que auxilia 15 bandas auto-gestoras referenciais nessa rede de coletivos no suporte e elaboração de turnês, além de assessoria de imprensa e comunicação, logística e técnica no período mínimo de um ano. As bandas foram selecionadas pelos próprios Pontos Fora do Eixo, e são consideradas referência em seu modelo de gestão de carreira.

Entre as bandas filiadas à Agência estão o Macaco Bong (MT), o Burro Morto (PB), Calistoga (RN).

COMPACTO REC

O Compacto REC é um projeto que teve início em 2007, com o objetivo de lançar singles virtuais em rede, através dos veículos de comunicação integrados ao Circuito Fora do Eixo. A primeira banda lançada foi a Madame Saatan (PA). Na seqüência vieram artistas de todas as regiões do país como as elogiadas Bang Bang Babies (GO) e Filomedusa (AC). Os últimos lançamentos deste ano foram Porcas Borboletas (MG), Boddah Diciro (TO),Rinoceronte (RS), Linha Dura (MT) e recentemente Johnny Suxxx (GO). Com a liberação dos fonogramas para downloads, o projeto alinha uma iniciativa de trocas para remunerar o autor do trabalho em um sistema de economia solidária, pautado na oferta de serviços e produtos integrados ao Circuito Fora do Eixo.

Acesse e baixe o EP do Nevilton: http://www.compactorec.foradoeixo.org.br


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conheça o Grito Rock João Pessoa

Começa hoje (24), a edição 2010 do Grito Rock João Pessoa, maior festival integrado do mundo, acontecendo simultaneamente em cerca de 80 cidades do Brasil, além de 4 cidades na Argentina, Bolívia e no Uruguai: Buenos Aires, Córdoba, Montevidéo e Santa Cruz de La Sierra, durante todo o mês de fevereiro. A edição da capital paraibana terá quatro dias de programação, com debates, mostra de vídeo e dois dias de shows divididos em dois palcos alternados, além de oito palcos espalhados pela cidade, em parceria com o projeto Circuito das Praças. Será uma das maiores edições do Grito Rock no Brasil.

“Esperamos que seja um festival como a cidade nunca viu. Afinal, nenhum dos dois festivais do gênero em João Pessoa, que são o Mundo e o Aumenta que é Rock, já tiveram tantas bandas tocando, dois palcos e, o mais relevante de tudo, foi aberto ao público”, comenta André Antério, do Coletivo Mundo.

PROGRAMAÇÃO

Hoje (24), as atividades começarão no Espaço Mundo, a partir das 18h, com uma mostra especial de filmes que mapeiam a cena rocker pessoense dos anos 80, 90 e 00, a partir de documentários produzidos na época. Na quinta feira (25), o Grito continua com a programação de debates, também no Espaço Mundo. Às 18h, “Artistas, Público e Produtores: agentes que compõem uma cena”, e logo mais às 20h, “Movimento Cultural Varadouro: por um Centro Histórico como área livre para a cultura”. Toda as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Na sexta começa a programação de shows, também gratuita, que segue até o sábado em dois palcos do Centro Histórico: um na Praça Antenor Navarro e outro no Espaço Mundo. Serão 10 bandas por dia, alternando shows nos dois palcos.

Sexta (26/02)
Palco do Espaço Mundo

19h- Sex on The Beach (CG)

20h20- Retaliação

21h40- Blue Sheep
23h- Afetamina

0h20- Posten Mortem (CG)

Praça Antenor Navarro

19h40- Seu Pereira e Coletivo 401
21h- Escurinho

22h20- Cerva Grátis
23h40- Soturnus
1h- A Trigger to Forget (CE)

Sábado (27/02)
Espaço Mundo
19h- Iazul
20h20- Elmo
21h40- Bárbara
23h- Malaquias em Perigo

0h20- Gauche

Praça Antenor Navarro
19h40- Noskill

21h- Os Reis da Cocada Preta

22h20- Nublado

23h40- Nevilton (PR)
1h- Cabruêra

A edição pessoense do Grito conta com patrocínio da FUNJOPE através do Circuito das Praças, mais apoio do Coletivo Farol e Natora, e curadoria feita pelo Coletivo Mundo, Funjope e os gestores das Praças.

Paralelamente à programação oficial do Grito Rock, as praças dos bairros de Mangabeira, Centro, Bancários, Funcionários I e II, Bessa e Alto do Mateus receberão shows da programação do Grito, nos seguintes dias:

Quinta (25/02)
Ponto de Cem Réis (Centro)
18h00- Cabruêra
19h00- Os Reis da Cocada Preta
20h00- Scobá e Capacitores do Gueto

Sábado (27/02)
Praça da Paz (Bancários)
20h- Gauche

Praça Lauro Wanderley (Funcionários I)
20h- NoSkill

Praça Bela (Funcionários II)
20h- Soturnus

Praça do Coqueiral (Mangabeira)
20h- Nublado

Praça do Caju (Bessa)
20h- Seu Pereira e Coletivo 401

Praça da Mangueira (Alto do Mateus)
20h- Cerva Grátis

Detalhes e mais informações sobre a terceira edição do Grito Rock João Pessoa podem ser conferidas no site www.coletivomundo.com.br, ou solicitadas através do e-mailcoletivomundo@gmail.com.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Amanhã começa o Grito Rock João Pessoa

Começa amanhã o Grito Rock João Pessoa. O Festival já deu as caras aqui por Campina Grandee foi um sucesso. Em João Pessoa não podemos esperar outra coisa. O Grito Rock Jampa é uma realização do Coletivo Mundo e do Circuito Fora do Eixo, com o patrocínio da Prefeitura de João Pessoa. A edição de 2010 começa com debates e mostra audiovisual já nesta quarta e quinta feira. Na sexta e no sábado tocam 20 bandas. Elas irão alternar os shows no Espaço Mundo e na Praça Antenor Navarro. Os shows nos dois dias começarão às 19h. Confira abaixo toda a programação:



Segundo André Anterio, do Coletivo Mundo, "A gente espera que seja um festival como a cidade nunca viu. Afinal, nenhum dos dois festivais do gênero em João Pessoa, que são o Mundo e o Aumenta, tiveram tantas bandas tocando, dois palcos e, o maisrelevante de tudo, foi aberto ao público."

O Grito Rock América do Sul é um festival integrado produzido pelos coletivos do Circuito Fora do Eixo, e já vai para sua quarta edição em dimensão continental. O Grito é hoje o maior festival integrado e totalmente independente do mundo: somente na edição 2009, 506 bandas circularam por entre as 50 edições do Festival. Para 2010, o número de cidades que vão receber o Grito saltou para 74, um aumento de 50% em relação ao ano anterior – reflexo do crescimento da rede de pontos integrados e parceiros do Circuito Fora do Eixo.

Para este ano, a diversão está garantida. Das atrações da sexta, destaque para a Sex on The Beach, Seu Pereira e o Coletivo 401, Post Mortem(pela primeira vez em João Pessoa) e a Cerva Grátis. Das bandas do sábado, destaque para Ubella Preta, Cabruêra, Os Reis da Cocada Preta e Nublado. O sábado ainda conta com o Nevilton(PR), que é o lançamento do Compacto REC deste mês do Circuito Fora do Eixo.

Vale lembrar que o Grito Rock João Pessoa terá a banquinha de venda de CD's.

mais informações:
www.coletivomundo.com.br

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Portal Nagulha surge para mostrar a nova música brasileira

Iniciativa do circuito Fora do Eixo, que reúne coletivos culturais de todo o país, o Nagulha quer ser referência para a informação e discussão sobre a nova música jovem produzida no Brasil.

Na história da música pop, as publicações sempre jogaram um papel fundamental na consolidação de nomes e tendências. Mas a crisa da indústria fonográfica e o avanço da internet mudaram drasticamente o cenário na última década. As publicações em papel (incluindo os cadernos culturais dos grandes jornais e revistas) sofrem com a perda de anunciantes, ao mesmo tempo em que seu cada vez menor espaço editorial não consegue dar conta de um cenário progressivamente mais horizontalizado, acelerado e diverso. Ou seja, um momento de crise comercial mas, principalmente, de grande exuberância cultural.

É essa riqueza de produção, o surgimento de bandas e artistas muito promissores vindos de todas as localidades, mesmo (ou principalmente) de regiões sem muita tradição na música e na cultura pop, como o norte e o centro-oeste, que só uma revista eletrônica como o Nagulha pode abordar com consistência.

O editor executivo do Nagulha, Anderson Foca, aproveita sua experiência à frente do site DoSol, ligado ao festival e à casa noturna do mesmo nome, para desenvolver ferramentas como a ágil cobertura audiovisual dos shows e festivais mais empolgantes, gravações exclusivas em áudio e outras novidades, otimizando na cobertura os recursos tecnológicos disponíveis.

Foca recrutou em Natal o webmaster e jornalista Marlos Ápyus para desenvolver o site. Na frente editorial, foram escolhidos dois nomes expressivos: os jornalistas de música Alex Antunes eBruno Nogueira. O paulista Alex é veterano de publicações musicais e culturais, tendo passado como editor ou crítico pela Bizz, Rolling Stone, General, Folha Ilustrada, Veja e outras. O pernambucano Bruno é da nova geração, doutorando na área de música e redes sociais, e vem escrevendo para veículos importantes do Nordeste e acompanhando de perto a produção independente.

Financiador inicial da iniciativa, o circuito Fora do Eixo espera do Nagulha uma interface entre a enorme movimentação da cena independente, com seus festivais, coletivos e bandas de crescente reconhecimento, e um enorme público novo a ser conquistado no país. “Essa é a nova música brasileira”, diz Pablo Capilé, do espaço Cubo de Cuiabá e da direção nacional do circuito. “Já passamos a fase de consolidação da rede independente. Agora o importante é conquistar com essas novíssimas expressões artísticas as lacunas que a crise da indústria fonográfica e da grande mídia deixaram”.

Mais infos:

www.nagulha.com.br

Diário de Bordo: Sex on The Beach

Inaugurando o Sex on The Blog's Beach, nada melhor como o Grito Rock América do Sul de pretexto. Este ano fomos selecionados em 3 cidades aqui no NE . Maceió(05/02), Recife(06/02) e João Pessoa(26/02). Chevetão vermelho marte abastecido e lá fomos nós. Começando a jornada de viagens, saímos de Campina Grande em direção à Maceió. Como metade da Sex é alagoana, literalmente, nos sentimos em casa. Em Maceió, quatro destinos traçados e todos cumpridos. Um: bate papo com o pessoal da PopFuzz. Dois: visitinha ao Botequim Paulista. Três: Sex on The Francês Beach. Quatro: finalmente o Grito Rock Maceió. E falando no tal, pegamos o bonde para a Praça Marcílio Dias. Lugar privilegiado. Estrutura boa, tudo funcionando nos conformes e a famosa Praia da Avenida, no Jaraguá, ali do lado, fazendo jus ao nome da banda. O cenário não poderia ser diferente.



A loucura aleatória tomou conta daquele espaço. Era o Grito Rock rolando a todo vapor e a Prévia Carnavalesca de Maceió passando do outro lado. O festival, ali no meio, realmente gritava entre o mar e o carnaval. Foi a combinação perfeita.


A Sex foi a segunda banda do festival. Passamos o som 'nas carrera' e mandamos ver. No set, nosso EP 'Wanna some Sex on The Beach' e algumas versões do velho Dick Dale, inclusive Misirlou a la Cabra da Peste. Um baião de vez em quando não faz mal a ninguém. Boa recepção do público, da Popfuzz e da brodagem do som. Ahhh...e um calor de matar!

Depois do velho e sonhado sono, pegamos outro bonde para Recife. Chegamos lá e fomos recepcionados pelo Bola de Fogo, o calor estava de matar. Não nos enterramos na areia porque o pessoal do Lumo foi buscar a gente no aeroporto. Seguimos de carro para o Lumo's House. A piscina era convidativa mas o cansaço era maior ainda. Depois do almoço o velho sono reinou.
Reinou até a hora que o Gabriel foi nos acordar. Era hora de ir para o Pólo Santo Amaro. E lá fomos nós!

No meio da praça, onde muito provavelmente a galera nunca tinha recebido um festival desse porte, já rolava o terceiro dia do Grito Rock Recife. Bandas de todos os cantos e de todos os gostos. Quem ficou em casa perdeu! Não tocamos o Ilariê nem o Iê Iê Iê mas foi gostoso ver a garotada versão mirim acompanhando o show de perto.



Muito feliz a proposta do Lumo de proporcionar o Grito Rock no Santo Amaro. Grito vai e Grito vem, pegamos o terceiro bonde de volta pro QG do Lumo, com direito a um lanche da hora na companhia do Gigiu(o brother dos parênteses sem pé nem cabeça) e da Renata. E lá se foi o Grito Rock Recife. No outro dia, partimos de volta para Campina Grande.

E depois dos quase 1000Km rodados, o chevete vermelho marte cumpriu mais uma jornada. Há muito tempo ele não via tanta gasolina no seu tanque. Deu gosto de ver. Ele chorava(gasolina) de emoção!


Um salve a todos!

mais infos:

www.sexontheblogbeach.blogspot.com

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Feira da Música abre inscrições para os shows da IX edição

Com exceção de grupos e artistas solo de Fortaleza (CE), neste momento a secretaria geral recebe material do interior do Ceará, dos demais Estados do Brasil, de países da América Latina e do mundo. As inscrições poderão ser feitas até 19 de Março, através do envio dos documentos necessários.

fotos por Jacques Antunes

A Feira da Música de Fortaleza (CE) abre inscrições para grupos e artistas solo interessados em se apresentar na nona edição do evento em 2010. A partir desta terça, 19 de Janeiro, até 19 de Março, a secretaria geral recebe material de todo o Ceará (com exceção de Fortaleza), dos demais Estados do Brasil, de países da América Latina e do mundo. A exclusão da capital cearense neste primeiro momento não é por acaso: em breve, os músicos de Fortaleza poderão enviar seus materiais para participar das prévias que acontecerão com a realização de shows pré-Feira em abril,maio e junho – antecedendo a IX edição, programada para o período de 18 a 21 de agosto.

Os grupos e artistas solo interessados podem participar da seleção reunindo osdocumentos necessários da seguinte forma:

- Preencher a ficha de inscrição - disponível para baixar no site oficial da Feira (www.feiradamusica.com.br) – e imprimir;

- Incluir mapa de palco e uma ficha técnica com o nome dos integrantes e respectivas funções, incluindo produtor, se houver;

- CD de áudio – contendo mínimo de três faixas autorais;

- CD-R com breve release do grupo (ou artista solo) e fotos de divulgação (em alta resolução) ambos em formato digital;

- Reunir todos os itens e enviar para a Associação dos Produtores de Discos do Ceará (ProDisc), no endereço Rua Engenheiro Plácido Coelho Júnior, 180A, Vicente Pinzón, Fortaleza (CE) – Cep 60181-055. Outras informações sobre o envio: (85) 3262.5011 ousecretaria@feiradamusica.com.br.




IX Edição - Consolidada como um dos maiores encontros de música e negócios do Brasil, a Feira da Música de Fortaleza entra na expectativa para a realização de sua nona edição com o respaldo das edições anteriores. A Feira acontece desde 2002 e, em 2009, apresentou resultados mais concretos e conseguiu estabelecer um padrão elevado.

Ano passado, o evento reuniu mais de 40 mil visitantes, foi sede de um encontro importante para a fundação da Rede Música Brasil (RMB), implantou a moeda complementar “Patativa” na recepção dos convidados – sinalizando com a forte tendência de se trabalhar a cadeia produtiva da música à base da economia solidária. E ainda fechou com os seguintes indicadores, levando em consideração todas as edições de 2002 até cá:


* Participação de 3600 músicos;

* 612 shows realizados;

* 48 palcos armados;

* 560 expositores;

* 1500 colaboradores diretos e indiretos;

* 200 mil pessoas que circularam em função do evento;

* 2000 produtores, gestores, estudantes, professores, técnicos e interessados se encontraram em função de negócios e processos de aprendizado;

Para 2010, a organização da Feira da Música sinaliza para novos focos de atuação, com “um olhar para o Nordeste” e “outro para a América Latina”. Ambas as visões têm a perspectiva de articulações para a integração do mercado da música a nível regional e continental, respectivamente.

Outra nova proposta para a IX edição, além da realização de seletivas para a escolha das bandas de Fortaleza (CE) que farão shows nos palcos da Feira, é a criação de um Conselho Consultivo que irá acompanhar a organização. Um olhar externo sobre como o comitê gestor - composto por produtores culturais locais, consultores e jornalistas - está trabalhando e pensando o evento.

Mais Informações para a Imprensa: (85) 8690.2466 – fgurgel@gmail.com (Felipe Gurgel)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Caldo de Piaba - Diário de Bordo NE

Nesta quinta-feira pós carnaval partimos de Recife, rumo a João Pessoa. A capital caótica de Pernambuco foi nossa base na tour pelo Nordeste, onde passamos a maior parte do tempo. Ficamos hospedados na casa da Mayara do Lumo Coletivo, sendo muito bem recebidos por toda sua família: a Rô, sua mãe, e pelos irmãos Pablo e Yasmin (ótimos cozinheiros!). A casa deles fica em Candeias, bairro do município de Jaboatão dos Guararapes que, junto de Olinda, integra a região metropolitana de Recife. Um bairro residencial muito próximo da praia, mas com um aspecto de interior.

Entre um viaduto e outro, banana, abóbora e cebolinha!

Dizem que Recife é uma das cidades mais violentas do país. Sei lá como é que se mede a violência, mas essa fama assusta um pouco. O fato é que logo de cara a cidade ofereceu uma surpresa: hortas e roças urbanas em áreas verdes na entrada da cidade, áreas que em geral servem apenas pra decorar os viadutos e anéis viários. Fiquei imaginando como seria algo parecido numa cidade cheia de gramados e áreas verdes como Brasília. O Eixão tomado por hortas e pomares; a via EPIA (que liga o centro ao aeroporto e à cidade satélite do Guará) cheia de roçados de macaxeira e banana. Difícil de ocorrer numa cidade em que o tombamento às vezes serve de desculpa pra segregação territorial de classe.

Apresentação de música indiana na abertura do 19º Encontro da Nova Consciência, em Campina Grande

Depois de dois dias entre Jaboatão dos Guararapes, Recife e Olinda seguimos para Campina Grande, onde tocamos na sexta-feira de carnaval, dia da abertura do
19º Encontro da Nova Consciência. O encontro tem um perfil ecumênico, de cultura da paz, e também da pluralidade. Esse ano o tema central foi sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Todos os anos são abrigados diversos encontros paralelos: de profissionais do sexo, ufólogos, hare krishnas, santo daime, e muitos mais. Essa diversidade, no entanto, gerou reações. No ano passado esse tradicional encontro foi desalojado do lugar onde costumeiramente ocorria – o espaço onde ocorre os festejos juninos da cidade – para dar lugar a outro encontro, nada plural, promovido por uma vertente religiosa. Como se não bastasse, foi usado quase o mesmo nome do encontro original. O ENC, no entanto, resiste. Nosso show foi no Rock na Consciência, realizado no Bronx Pub, uma das programações musicais do evento. No mesmo dia, pudemos conferir os shows de Bnegão Sound System e Burro Morto no palco principal, armado literalmente embaixo da ponte.

Rockeirada do Bronx pub dançando ao som do Caldo

Campina Grande e Tapioca idem

No domingo de carnaval, quando já tínhamos voltado ao recife, rolou ainda o Grito Rock Campina Grande, completando a programação musical do Encontro. Foi uma promoção do emergente Coletivo Natora, que nos recebeu muito bem na cidade. O coletivo, liderado pelo pessoal do Sex on the Beach (que havia tocado com a gente no Grito Rock de Maceió), foi formado durante a Coluna Fora do Eixo Nordeste, que passou por lá no final de 2009 e integrou uma galera que já trampava com produção. Diogo e Marlo nos explicaram que Campina é uma cidade universitária, e que isso gera uma rotatividade muito grande no público. Eles mesmos são de outras cidades daqui do nordeste. Estar em uma cidade universitária pode dificultar a consolidação de um público local, que se renova a cada 4 ou 5 anos, mas traz a oportunidade também de ser um polo formador de público pra outras localidades. Uma posição estratégica, numa cidade bonita e aprazível. Pena foi ter passado apenas um dia por lá. No sábado de manhã já embarcávamos de volta para o Recife.


Diogo (Sex on the Beach) e seu chevetão laranja, veículo oficial do Natora Coletivo

Em Pernambuco respiramos música. O carnaval aqui é uma loucura: muitos palcos espalhados pelo Recife antigo (a região “histórica” da cidade), por Olinda, e por um sem número de polos nos bairros. Há alguns poucos anos a prefeitura vem descentralizando o carnaval de rua, levando grandes atrações como Nação Zumbi e Jorge bem pra tocar não somente no Recife antigo, mas também nos bairros. Tinha de tudo acontecendo ao-mesmo-tempo-agora: desde as manifestações mais “tradicionais” do Pernambuco, como o frevo e o maracatu, até shows de artistas populares como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Dudu Nobre, Otto e Lenine no Marco Zero, passando por shows um tanto estranhos pruma programação carnavalesca, como Nxzero, até a programação interessante e diversificada do Rec Beat. Acabamos nos concentrando na programação do Rec Beat, com algumas fugidas pra ver uns grupos de Maracatu passando e um ou outro show. Destaque pro de Otto no Marco Zero, com o Pupilo da Nação Zumbi na bateria e Catatau do Cidadão Instigado na guitarra. Me arrependo só de ter perdido a noite dos tambores silenciosos, que ocorria no Pátio do Terço, não tão perto do Cais da Alfândega, local do Rec Beat. Sempre na noite de segunda-feira de carnaval um grande número de grupos de maracatu se encontram e tocam juntos. Mas outros carnavais virão...
Passagem de som, e a rua vazia, 7h45 da manhã

Quase na hora...

Na hora!

Era gente, ó

A programação do Rec Beat foi diversificada e surpreendente. Tiveram espaço bandas novas como as locais Banda de Joseph Tourton, Rastidae (que teve seu show interrompido na segunda música por problemas técnicos) e a gente, junto de artistas aclamados como Céu e Cidadão Instigado, que fizeram ótimos shows, totalmente conectados com o público. Destaque pras participações especiais do Guizado e da Ana Elis Assunção no show da Céu. Gabi Amarantos, diva do tecnobrega paraense, improvisou, brincou, e fez o povo dançar como se estivesse numa aparelhagem em Belém.

Paco Sotelo, do Cabezas de Cera (México)

Dos internacionais, surpreenderam os shows dos espanhóis do
Ojos de Brujo, que mistura um monte de ritmos com música flamenca, e a experimentação dos mexicanos do Cabezas de Ceracom instrumentos nada usuais. Interessantíssimo o set de batera de Paco Sotelo, com uma caixinha de 12”, bumbo, chimbal, pratos de efeito e dois módulos de bateria eletrônica. Os instrumentos de corda usados pelo Mauricio Sotelo são únicos, construídos por ele mesmo. Um show cheio de texturas e climas, perfeito! Foi impressionante também o trabalho de toda a equipe do festival: produção impecável e sonorização de primeira qualidade, tanto na equipe quanto no equipamento. Não é a toa que o Rec Beat completou 15 anos, consolidado como um elemento chave da programação do carnaval de rua de Recife, talvez o mais popular e democrático do país.

Rolou também durante todos os dias a transmissão de áudio e video do festival, realizada pelo Lumo Coletivo. Durante nosso show três músicas foram retransmitidas ao vivo pela TV Aldeia, do sistema público de comunicação do Acre. Aliás, dá pra conferir o nosso e outros shows do Rec Beat na íntegra
aqui. Esse ano o carnaval em nosso estado tem como tema a Floresta Digital, programa do governo que está entrando em operação agora, levando sinal de internet wi fi gratuitamente para todos. Por isso, a transmissão das festas foi marcada pela interatividade com a rede. Antes de sair de Rio Branco a gente já tinha gravado uma vinhetinha explicando o que era a rede do Myspace, que ia ao ar nessa programação especial.

Pra mim a passagem por Recife se tornou ainda mais especial pelo número de amigos brasilienses que rencontrei. Marina, Joana, Clara, Julia, Manu, Pedro, Leo, Marina, Rogê, Dudu e Rosana estavam presentes no show do Caldo no Rec Beat e em outros encontros nessa semana em PE. No meio do mar de gente do Cais da Alfândega, uma ilha familiar.

Ainda hoje tocaremos em João Pessoa, na abertura de uma exposição de arte no Espaço Mundo, do coletivo homônimo. Estamos curiosos pra conhecer a casa deste que é mais um dos coletivos do Circuito Fora do Eixo que vai nos receber nessa tour. O espaço fica bem no centro histórico da cidade, num bairro chamado coincidentemente de Varadouro, o nome do festival que o Catraia organiza em Rio Branco. Mais no site do
coletivo mundo.

Amanhã, completando a ressaca de carnaval e encerrando a tour, subimos pras terras potiguares, onde seremos recebidos no Centro Cultural Do Sol para tocar junto de outra banda instrumental da Agência Fora do Eixo, a
Camarones Orquestra Guitarrística. Mais no site Do Sol.

Té mais,

Di Deus.